segunda-feira, 1 de março de 2010

Parabéns, Presidente Goulart - O nosso eterno Jango

Dia 1° de março é dia de celebração do aniversário de João Goulart, nosso Presidente missioneiro. Se estivesse vivo, meu avô completaria 91 anos de idade em 2010. Por obra do destino, não tive o privilégio da convivência durante sua vida. Nem por isso deixei de interpretar sua mensagem política.
A cada novo aniversário de meu avô, agradeço pela honra de poder hoje disseminar seu legado no Rio Grande do Sul, com a convicção inabalável de que o caminho por ele apontado é a esperança de um futuro socialmente mais justo. Até mesmo seus mais ardorosos opositores se curvam perante a devoção de Jango para as causas populares, na defesa intransigente do trabalhador brasileiro.

Falar em João Goulart é refletir sobre as reformas da sociedade brasileira. Nas palavras do próprio Presidente, no famoso comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964: “não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil”.

Durante seu curto mandato presidencial, Jango compreendeu que os contrastes mais agudos que a sociedade brasileira apresentava, naquela fase de desenvolvimento, eram de natureza estrutural, e, em virtude deles, a imensa maioria de nossa população vinha sendo sacrificada. Nosso povo sofria em função da injusta e desigual distribuição de renda, no referente à sua participação na vida política do país e na falta de oportunidades de trabalho e de educação que o país oferecia. Como se percebe, esta luta continua atualizada.

Nosso aniversariante se esforçou em conquistar, na prática, um país mais humanitário. Uma nação de interesses coletivos. Para isso, severos ajustes na máquina pública deveriam ser implantados, o que até hoje nunca ocorreu. E cada vez mais nossa população de excluídos aumenta.
De resto, a história já é conhecida. Jango pagou um preço caro por posicionar-se na linha de frente na defesa dos mais humildes, desassistidos pelo Estado. Foi no seu exílio que deixou a vida para entrar definitivamente na história. Morreu o homem, mas nunca suas idéias.
Meu avô: sou grato por continuar ouvindo tua voz e por receber tamanha inspiração política. Mesmo com o transcorrer dos anos, mesmo com o esforço inútil de tanta gente em relegar tua grandeza a um segundo plano, sempre encontrarás este soldado de prontidão. Jamais hesitarei em relembrar teu sacrifício extremo em benefício do povo brasileiro, tua legítima herança do Presidente Vargas e tua qualidade de ter sido o último Presidente Trabalhista do Brasil.



Christopher Goulart
Presidente da Associação Memorial João Goulart

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