SAÚDE

Quais doenças as fibras alimentares podem prevenir e tratar?
Existem evidências científicas comprovando que o consumo de fibras alimentares traz benefícios à saúde humana. Esses benefícios estão associados à ingestão de fibras em quantidades em torno de 25 g diárias, provenientes da alimentação, suplementos ou de produtos alimentícios ricos nesse nutriente. Dessa maneira, muitas doenças podem ser prevenidas e outras, tratadas: doença cardiovascular, obesidade, diabetes melitus, constipação, diarréia, câncer colorretal, dentre outras.

A dieta rica em fibra pode tratar doença cardiovascular por meio do conseqüente consumo reduzido de energia, gordura e carboidratos simples e também pela diminuição do colesterol sangüíneo. No entanto, os antioxidantes encontrados em alguns cereais integrais ricos em fibras também podem estar associados a esses benefícios. 

Por reduzir os níveis pós-prandiais da glicose e melhorar a resposta à insulina, a fibra alimentar também pode ajudar a prevenir e tratar o diabetes. Em indivíduos com diabetes tipo 1, observa-se, por exemplo, que o melhor controle da glicemia pode diminuir o número de eventos hipoglicêmicos. 

O efeito laxativo normal é o motivo pelo qual uma dieta rica em fibra é recomendada para tratar e prevenir a constipação e a diverticulite. O intestino grosso responde à massa de resíduo produzida pelas fibras com contração, movimentando esse conteúdo por toda sua extensão, promovendo assim a laxação fisiológica normal. Pelo mesmo princípio, a Associação Dietética Americana indica o consumo de fibras para a proteção contra o câncer colorretal.
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O que é HPV

HPV do Colo do Utero
O papilomavírus humano não é apenas um vírus, mas uma família inteira deles – são aproximadamente 150 tipos. Algumas versões, que não necessariamente são transmitidas sexualmente, causam verrugas na palma das mãos e na planta dos pés. “Outras levam a uma lesão precursora de câncer na região genital”, diz o dermatologista Hélio Miot, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. E são esses últimos tipinhos, com predileção pelas partes baixas, os mais preocupantes. “Hoje o HPV é a principal doença viral transmitida pelo sexo. E ele está envolvido em praticamente todos os casos desse tumor”, afirma Luisa Lina Villa, diretora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo. Se isso parece não ter nada a ver com você, saiba que oito entre dez mulheres sexualmente ativas contraem pelo menos um tipo do papiloma ao longo da vida.

Além do útero:
Os tipos mais perigosos, chamados de alto risco, podem estar relacionados, em menor freqüência, a tumores de ânus, pênis, vulva, boca e até faringe.

Contágio:
O contato sexual é a maneira mais comum de contágio. E bastante atenção: inclua aí preliminares e sexo oral. Basta o reles atrito com a mucosa infectada, da mão, da boca ou dos genitais, para o vírus fazer mais uma vítima. “Entre uma e três relações sexuais sem penetração é o suficiente para se contaminar”, alerta Luisa Lina Villa. Repetindo: sem penetração. Toalhas, roupas e superfícies como a tábua do vaso sanitário também favorecem a transmissão do vírus. Mas a contaminação por objetos, embora possível, é raríssima.

Prevenção:
Algumas medidas são indispensáveis para fugir da cilada do HPV: evitar ter vários parceiros e usar camisinha. Ela só não garante 100% de proteção porque não cobre toda a superfície de contágio.

Mas, para os especialistas, de longe a arma mais eficiente contra o HPV é a vacinação, hoje recomendada para meninas e jovens de 9 a 26 anos. São três doses – cada uma custa em torno de 400 reais – e o ideal seria que elas fossem tomadas antes mesmo da iniciação sexual, quando ainda não houve contato com o vírus. A eficácia da vacina é alta: 95% de sucesso no combate aos principais causadores de câncer e, no caso da quadrivalente, proteção também contra os que mais provocam verruga genital. “Estudos já mostram os benefícios da vacinação em pessoas com mais de 26 anos e até em homens”, revela Thomas Broker, presidente da Sociedade Internacional de Papilomavírus. Ou seja, é muito provável que, em breve, ela também seja aplicada nesses públicos.

Exames:
Tomar a vacina não exclui a necessidade de manter-se fiel aos procedimentos rotineiros de prevenção e detecção do vírus. Veja quais são eles:

Papanicolau Com uma espátula, o médico colhe material do colo do útero e coloca em uma lâmina. Aí, é feita uma análise em microscópio. Não dá para identificar o vírus, mas é possível verificar se há alterações nas células.

Colposcopia O colposcópio é um aparelho capaz de ampliar 20 vezes a imagem da vagina, da vulva, do colo do útero e do ânus. Para flagrar lesões, um líquido reagente é pincelado na mucosa. No caso dos homens, o exame correspondente é a peniscopia.

Biópsia Quando os métodos anteriores acusam alguma alteração, retira-se uma pequena amostra do tecido suspeito. Mais uma vez, ela será analisada em microscópio.

Captura híbrida O material do colo do útero é coletado com o auxílio de uma pequena escova, que, depois, é mergulhada em um líquido desenvolvido para conservar as células. Essa técnica acusa a presença do HPV mesmo se não houver sintomas e determina se o micro-organismo é de alto ou de baixo risco.

Novas técnicas Já estão disponíveis procedimentos que denunciam os subtipos do HPV por meio da análise do seu DNA, apesar de poucos laboratórios oferecerem o serviço. A grande novidade no que diz respeito ao diagnóstico, no entanto, é um teste desenvolvido pelo cientista norueguês Frank Karlsen, especialista em biologia molecular e virologia. Ele consegue mostrar, entre as mulheres infectadas por vírus de alto risco, quais estão mais sujeitas ao desenvolvimento do câncer de colo do útero. “É quase certo que elas terão câncer se o exame der positivo”, disse o médico a SAÚDE!.

Tratamentos:
Entre as opções de tratamento estão laser, substâncias químicas, bisturi elétrico, cremes e pomadas cicatrizantes. E quem já cuidou de uma lesão por HPV sabe que é preciso paciência para dar fim ao problema. As verrugas, por exemplo, são tremendamente persistentes. Agora, se você acabou de descobrir que está entre as vítimas do vírus não deve se desespere. “Hoje existe o domínio total sobre o diagnóstico e o tratamento do HPV”, garante o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. Segundo o médico, tão importante quanto tratar a lesão é avaliar aspectos emocionais e imunológicos da paciente. Quer dizer: estresse, má alimentação e poucas horas de sono são grandes empecilhos para quem está em tratamento. O cigarro, não custa lembrar, deixa as defesas do corpo mais fracas, permitindo que o vírus fique firme e forte no organismo por mais tempo.

Fonte: Revista Saúde
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 Continuar trabalhando depois da aposentadoria faz bem
por Kátia Stringueto e Diogo Sponchiato

Tem gente que não vê a hora de se aposentar para dar o chute inicial em um novo projeto de vida — o sonhado plano B. E há quem, apesar da baixa na carteira profissional, nem pensa em ficar na reserva. Para todos, a boa notícia é: deixar para pendurar as chuteiras mais tarde posterga a perda de memória. O estímulo para continuar pegando no batente veio de um estudo do Instituto de Psiquiatria do King’s College London, na Inglaterra.

Depois de analisar os dados de 1 320 pessoas com demência senil, os pesquisadores constataram que, mais do que o nível de educação e o tipo de trabalho, aqueles que suaram a camisa por períodos mais longos demoraram igualmente mais para apresentar os primeiros sintomas da doença. A cada ano extra de serviço, a investigação apurou seis meses de lambuja das lembranças.

As habilidades mentais exigidas para resolver as encrencas e desafios do dia a dia de uma corporação, por exemplo, ajudam a malhar o cérebro. “Como toda atividade intelectual, isso provoca maior oxigenação dos circuitos neurais, produção e liberação de neurotransmissores. E ativa as sinapses, local de contato entre os neurônios, reduzindo o risco de morte dessas células”, explica Wagner Gattaz, presidente do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

É verdade que quem trabalha por mais tempo são as pessoas que se sentem melhor. “Daí vem a boa pergunta: é o trabalho que conserva a saúde ou a saúde que sustenta a força de trabalho?”, questiona Paulo Caramelli, neurologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Os estudos precisam se aprofundar para encontrar a resposta. Seja ela qual for, a ordem é prosseguir com o jogo. Mesmo que em um ritmo mais leve, até porque prazer também é fundamental. E melhor ainda: uma das novidades na prevenção do Alzheimer defendida no último Icad (International Conference on Alzheimer’s Disease), o grande congresso sobre o tema, que aconteceu em julho, em Viena, capital austríaca, foi a possibilidade de o trabalho retardar os sintomas dessa degeneração neurológica mesmo que a gente só se atente para isso aos 50 anos.

Para os que estavam de pijama sem nada mais interessante para fazer, ainda é hora de levantar do sofá e recomeçar o bate-bola. “Sabe-se que de 10 a 15% dos indivíduos se aposentam com um transtorno cognitivo leve, algo que não chega a atrapalhar sua rotina, mas já denota falhas nas recordações. Se o estilo de vida não mudar, em um ano aumenta-se o risco de desenvolver Alzheimer”, lembra Gattaz.

Acenda o raciocínio
O perigo de a demência aparecer evolui com a idade — depois dos 65 anos, dobra a cada cinco. “E diminui à medida que se incluem na rotina atividades cognitivo-intelectuais, exercícios físicos, dieta apropriada, prazer e controle dos fatores de dano vascular como hipertensão, diabete e colesterol alto”, entusiasma-se Caramelli. “A aposentadoria é uma conquista, o começo de uma nova fase. Mas cuidado: não desligue o cérebro”, alerta o especialista. Esse segundo tempo vale ouro.

E a grana?
É preciso garantir o básico com a aposentadoria, ok. Então, além do INSS, o consultor financeiro Paul Lesbaupin, de São Paulo, fez um cálculo de quanto aplicar por mês na previdência privada para engordar a renda mensal vitalícia com R$ 500. Ao imaginar que a aposentadoria virá aos 55 anos, se você tem 40, poupe R$ 530 por mês durante 15 anos. Para os que estão na casa dos 45, R$ 900 por dez anos. E, para os cinquetinhas, R$ 2 025 por cinco anos. Quer dobrar a renda? Duplique a poupança.
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7 saídas para a dor nas costas

Se você não sofre desse tormento, com certeza conhece um amigo ou parente que vive se queixando. A coluna é, de fato, o epicentro de um dos principais males do século 21, e o mal-estar que provoca pode resistir aos tratamentos convencionais. Felizmente, novas pesquisas trazem soluções certeiras para acabar com o martírio

por DIOGO SPONCHIATO

1. LASER

Uma dor nas costas pode ser apagada cinco minutos depois de o paciente se submeter a um raio de luz. Nada de mágica ou ficção científica. O laser de baixa potência é uma arma promissora contra as crises que afligem a coluna, como sustentam os experimentos conduzidos pelo grupo do professor Rodrigo Martins, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Ele assina, ao lado de experts de outros países, uma revisão de estudos que avaliaram, no total, 820 pessoas. No trabalho, publicado na revista médica The Lancet, o time conclui que a laserterapia é eficaz para a dor cervical, aquela que dá o bote bem na altura do pescoço. “O laser pode ser indicado nos quadros crônicos, tanto para a dor cervical quanto para a lombar”, afirma Martins.

Antes, é preciso lembrar que qualquer dor nas costas exige investigação. “As causas são múltiplas: má postura, desgaste nas articulações, hérnias de disco”, já avisa o ortopedista Elcio Landin, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Às vezes o endereço do problema nem é a própria coluna. No entanto, quando a tortura mora mesmo ali, muita gente encara um desconforto persistente. É que, como consequência, a musculatura local passa a hospedar uma inflamação constante. Esse fenômeno, que semeia a agonia, é o alvo do raio laser. “Após ser absorvida pelo organismo, a luz inibe a produção de substâncias inflamatórias que sensibilizam a região à dor”, explica Martins. “Ela também retardaria a fadiga muscular, melhorando o aporte de sangue.” Assim, os músculos que amparam a coluna permanecem mais resistentes. A grande vantagem, porém, reside em outro ponto. “Quando administrado em dose adequada, o laser não surte efeitos adversos”, diz o professor. Se pensarmos em dores crônicas, isso significa uma revolução. Afinal, o uso contínuo de drogas anti-inflamatórias oferece riscos ao estômago, ao fígado e aos rins.

O paciente passaria por entre seis e 12 sessões, de acordo com a intensidade do problema. Cada uma dura de dez a 30 minutos. O laser não aquece a pele nem a machuca. No fim do tratamento — que não dispensa a identificação e a correção da causa da dor —, o suplício tende a ceder. “O laser não irá reverter uma hérnia de disco, mas pode controlar uma dor por vezes incapacitante”, exemplifica o pesquisador. No Brasil ainda não há uma legislação específica para laserterapia, mas já existem diretrizes internacionais que orientam as aplicações. Martins defende que o método, já disponível em algumas clínicas particulares, deveria ser adotado pelo sistema público de saúde, uma vez que também pouparia milhões de reais aos cofres do país.

2. IOGA

Um estudo da Universidade de West Virginia, nos Estados Unidos, acaba de mostrar que o método presta um enorme serviço à região lombar. De 90 portadores de lombalgia recrutados para o trabalho, aqueles que se dedicaram à ioga duas vezes por semana durante seis meses relataram a remissão da dor. De onde vem a melhora? “A ioga diminui o estresse, relaxa os músculos tensos e fortalece os flácidos, além de restabelecer a postura”, responde o educador físico e professor de ioga Marcos Rojo, da Universidade de São Paulo. É um antídoto para conter ou prevenir acessos de dor. A quem sofre do problema, o conselho é optar pelas linhas mais tradicionais. “Elas são as que mais favorecem o relaxamento, a postura e a concentração por meio de exercícios leves que respeitam as limitações de cada um”, diz Rojo.

3. TERAPIA POSTURAL

No final do século 19, Frederick Alexander (1869-1955), um ator australiano que recitava Shakespeare, desenvolveu um método para banir a tensão que o fazia perder a voz no meio das apresentações. Décadas depois, a terapia batizada com o seu sobrenome ganha aval de uma pesquisa, publicada no respeitado British Medical Journal, para botar a coluna no eixo. Um time da Universidade de Southampton, na Inglaterra, atestou, após avaliar 579 pessoas, que a técnica Alexander melhora em até 40% os quadros de dor crônica. “A média de dias de sofrimento relatada pelos voluntários caiu de 21 para três por mês”, conta o autor, Paul Little. As sessões são divididas em dois momentos. “No primeiro, o paciente fica deitado e o terapeuta usa as mãos para desfazer pontos de tensão”, conta o educador físico Hélio de Oliveira, da Associação Brasileira da Técnica Alexander. “No segundo, na frente de espelhos, o indivíduo trabalha a postura e a respiração sentando- se e levantando-se.” Essas lições são levadas para o dia a dia e ajudam a criar consciência corporal. “Elas visam aliviar a tensão muscular e corrigir a postura”, diz Oliveira. Todo o aprendizado dura de seis meses a um ano.

4. TAI CHI

Que tal enfrentar a dor nas costas praticando uma arte marcial? Não estamos falando de saltos e golpes, mas de uma técnica nascida na China que prioriza movimentos em câmara lenta, o tai chi chuan. Sua filosofia até prevê combates. Só que, para quem pretende usá-lo com fins terapêuticos, uma luta é coisa rara. Seu potencial para golpear lombalgias e afins está sendo mensurado por um trabalho da Universidade de Sydney, na Austrália. O interesse, é claro, vem da observação de que os praticantes raramente reclamam da coluna. “Os exercícios realizados se valem, por exemplo, de alongamentos e rotações”, descreve Ângela Soci, diretora da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan. “O tai chi permite que o indivíduo tome consciência de uma postura correta, fortalece a musculatura das costas e estimula um maior espaçamento entre as vértebras”, explica. Por essas e outras, Ângela e sua equipe mantêm há quatro anos uma parceria de sucesso com o serviço de geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Se houver acompanhamento médico e orientação de um instrutor, a técnica está liberada para jovens e idosos”, afirma a especialista.

5. EXERCÍCIO FÍSICO

Aquela história de repouso absoluto para quem tem dores nas costas, sobretudo as musculares, não está mais com nada. É óbvio que ninguém em meio a uma crise deve correr por aí ou puxar ferro. Mas, quando a situação está sob controle, o exercício físico é fundamental. Depois de acompanhar 240 voluntários com lombalgias crônicas, pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, notaram o seguinte: quem frequentava a academia quatro vezes por semana apresentava um índice 28% menor de sintomas dolorosos. “Os exercícios aumentam a força, a elasticidade e a resistência dos músculos ao redor da coluna, permitindo que ela suporte cargas inevitáveis no dia a dia”, explica o fisiatra e reumatologista José Maria Santarém, diretor do Instituto Biodelta, na capital paulista. A musculação, não custa frisar, requer mais do que nunca a instrução de um educador físico. “Os equipamentos, as cargas e os movimentos devem ser adaptados para cada pessoa”, avisa Santarém. E um dos principais objetivos deve ser trabalhar o abdômen. “Quando sua musculatura está flácida, todo o esforço para sustentar as costas recai sobre a lombar”, explica Ricardo Cury. As atividades aeróbicas, como caminhada, corrida e companhia, também cobram cuidados, mas são úteis porque atuam no controle do peso — e a barriga é inimiga da coluna. Esportes aquáticos são recomendáveis, por sua vez, porque sob a água o impacto é reduzido e cai a probabilidade de uma complicação. A academia só não é um ambiente ideal para alguns casos de hérnia de disco, em que o risco de um estrago maior não justifica o suor da camisa. Aliás, atenção: antes de se matricular em uma, vale consultar o médico.

6. ACUPUNTURA

As agulhas já estão no pelotão de elite para suprimir as aflições da coluna. E, agora, recebem o apoio de um estudo do Group Hea l th Research Institute, em Seattle, nos Estados Unidos, que analisou a terapia em mais de 600 pessoas com lombalgias e que nunca haviam recorrido às espetadas. “Ao final da experiência, notamos que, durante um breve período, o método reduziu as dores de um entre cinco voluntários”, conta o líder do trabalho, Daniel Cherkin. “Um entre oito indivíduos relatou o controle da dor por pelo menos um ano”, completa. O achado estimula o uso da técnica em adultos que padecem de quadros crônicos. “O tratamento tradicional tem melhores resultados quando aliado à acupuntura”, observa o fisiatra Marcelo Saad, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Mas atenção: a acupuntura só é indicada quando o problema não é cirúrgico”, avisa o médico acupunturista Ysao Yamamura, chefe do Grupo de Acupuntura da Universidade Federal de São Paulo. A duração da terapia depende da gravidade do problema e os intervalos entre as sessões costumam ser menores enquanto o paciente está em crise. Os pontos onde as agulhas são inseridas também variam: podem ser aplicadas nas costas, nas mãos, nos pés e nas orelhas. “Esses pontos promovem a liberação de endorfinas, substâncias que aliviam a dor e proporcionam sensação de bem-estar”, explica Yamamura. Além disso, o tratamento ajuda a gerenciar o estresse, outro fator que contribui para perpetuar dores na coluna. Testes com ratos sugerem ainda que as agulhas teriam um efeito anti-inflamatório.

7. SEM CIGARRO E BOM SONO

Estamos cansados de ouvir que o tabagismo prejudica os pulmões e o coração. Os fumantes, porém, nem suspeitam que suas tragadas também conspiram contra a coluna — a deles e a de quem inala suas baforadas. É o que revela uma revisão de mais de 80 estudos realizada pelo Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional. “Fumar pode ser um fator de risco para dores nas costas porque tem efeitos nocivos sobre a circulação do corpo inteiro”, afirma um dos autores, Rahman Shiri. E a musculatura das costas, você já viu, carece de sangue para manter-se firme e forte. O surpreendente é que a influência do tabaco é ainda mais intensa entre os adolescentes. “Ainda não sabemos o porquê, mas eles podem ser mais sensíveis à nicotina”, diz Shiri. É possível ainda que quem fuma seja mais sedentário, o que por si só aumenta o risco de panes nas costas. Há outros fatores relacionados ao estilo de vida que precisam ser considerados. A mesma entidade finlandesa também concluiu, em outro levantamento, que um sono de má qualidade patrocina ofensivas contra a coluna dos jovens, especialmente entre as meninas. Para a fisioterapeuta especialista em sono Silmara Bueno, de São Paulo, a explicação não estaria tanto nas horas em claro, mas nas posturas inadequadas quando pregamos os olhos. “Evite dormir de barriga para cima ou para baixo e na posição fetal”, aconselha. “Para afastar dores na lombar, a melhor opção é a posição lateral.” Dá até para adotar um travesseiro de corpo, um rolinho que é abraçado e posicionado entre os joelhos. O travesseiro para a cabeça, aliás, deve formar um ângulo de 90 graus entre a cachola e o ombro, o que bota para correr a dor cervical. Uma coluna saudável também demanda noites de paz.
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Quer perder a barriga? Maneire na carne vermelha

Por Fábio de Oliveira


É o que dá para concluir dos resultados de um estudo publicado no periódico International Journal of Obesity. A pesquisa analisou a relação entre o consumo de carne vermelha e a ocorrência de obesidade usando o índice de massa corpórea (IMC) e a medida da circunferência da cintura em americanos adultos. Só para ter uma ideia, IMC acima de 30 e cintura além de 94 centímetros para os homens e 80 centímetros para mulheres já indicam um quadro obeso.

Os cientistas recorreram a dados obtidos num trabalho realizado entre 1999 e 2004 nos Estados Unidos, o National Health and Nutrition Examination Survey. A avaliação dessas informações revelou uma associação positiva entre o consumo de carne vermelha e o maior risco de obesidade e obesidade central, o nome técnico da popular barriga de chope. Além disso, quem ingeria maiores quantidades de bifes e afins também apresentou um consumo energético diário mais elevado. Em suma, novamente a carne vermelha sai com a fama de malvada.
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A erva-mate contra o mal de Parkinson


Esse efeito acaba de ser constatado por cientistas da Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina. Depois de testar o extrato da planta em ratos induzidos à doença, eles observaram que algumas de suas substâncias mostraram-se capazes de protegê-los. Em outra investigação os animais receberam o fi toterápico com a medicação tradicional e os resultados foram ainda mais signifi cativos. Parte das cobaias chegou a recuperar completamente os movimentos. O estudo ainda é preliminar, mas já provou que a erva-mate pode ser utilizada na prevenção desse mal degenerativo e também como coadjuvante no tratamento, conta a farmacêutica Luciane Costa Campos, chefe da pesquisa.

FICHA DA PLANTA
Nome científico: Ilex paraguariensis St. Hilaire
Nomes populares: erva-mate, mate, erva-chimarrão, chá-do-brasil
Formas de consumo: na região Sul a bebida, bem concentrada, leva o nome de chimarrão; no Sudeste serve-se o chá quente e gelado; no Centro-Oeste seu nome é tereré, versão tropical do chimarrão, com gelo e limão
Origem: América do Sul
Características: seu caule, de cor acinzentada, tem em média 30 centímetros de diâmetro. O porte é variável e, dependendo da idade, pode atingir 12 metros de altura. Quando podada não passa dos 7 metros
Parte usada: folhas

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