quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A sucessão na prefeitura

O governador eleito Tarso Genro (PT) está operando no limite de sua capacidade de articulação política para conquistar maioria na Assembleia Legislativa. Tão logo se elegeu, ele tem conversado com outros partidos para conseguir o seu intento.

Os partidos que formam a base de sustentação do governo petista elegeram 24 deputados estaduais. Para fechar maioria na Assembleia, Tarso precisa convencer o PDT - que esteve com Fogaça na eleição para o Piratini - a participar de seu governo.

No partido de Brizola, o governador encontrará sete votos fundamentais para que garantir 31 cadeiras e assegurar a almejada maioria simples. Só com isso, o governador vai poder “navegar em águas calmas”. Governar sem sobressaltos.

Não será fácil, mas Tarso foi informado, na reunião de ontem, que o PDT vai se reunir, no próximo dia 22, para decidir a questão. A tendência é de que o partido aceite a proposta do petista.

Por que eu acho que a conquista desse apoio não será fácil? Porque no bojo da questão - como diria o ex-ministro Rogério Magri - está a eleição para a prefeitura de Porto Alegre, em 2012. Duas candidaturas já estão postas entre os partidos que apoiam ou apoiarão Tarso Genro: Manuela D’Ávila, do PCB e José Fortunati, do PDT.

O atual prefeito da cidade tentará realizar o seu sonho de ser candidato a prefeito de Porto Alegre. Fortunati foi eleito vice da Capital e só assumiu o governo porque José Fogaça (PMDB) renunciou ao cargo de prefeito, para concorrer ao Piratini.

Mas essa batalha é coisa para um segundo momento. Agora, todo o esforço de Tarso está focado na tentativa de atrair o PDT para a sua base de apoio na Assembleia. Para isso o governador está jogando todas as suas fichas, menos uma: Tarso não aceitará trocar o apoio do partido por cargos.

Alguns militantes do PDT, menos avisados, já espalharam por aí que o partido terá cargos em profusão. Não é assim. O acordo só será fechado, segundo Romildo Bolzan Junior, presidente do PDT, se houver identidade nas propostas dos dois partidos.

Tarso concorda com isso. O governador eleito, com a experiência de quem articulou o apoio à Lula no Congresso, não aceitará pressão, mesmo que isso lhe traga dissabores no Legislativo. Mas, na certa, isso não vai acontecer. Os operadores políticos de Tarso Genro são experientes, articulados e circulam com desenvoltura entre todos os partidos com assento na Assembleia.

Pelo visto, o maior problema a ser enfrentado pelo governador, será a sucessão, na prefeitura de Porto Alegre. Tem muita gente querendo! Vai ser uma corrida de obstáculos!

A aliança com o PT pode ser favorável ao prefeito José Fortunati, já que, pelo rodízio da legislatura 2009-2012 da Câmara Municipal, o próximo presidente será petista. Pelo acordo selado entre os vereadores do PT em 2009, o cargo deveria ficar com a vereadora Sofia Cavedon. Mas ela pode ter o “tapete puxado” pelo próprio partido, caso a aliança PDT-PT ganhe força. O mui amigo de Fortunati vereador Adeli Sell (PT) seria o presidente.

Fonte: Jornal do Comércio - Coluna Adão Oliveira

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